Introdução. A coexistência de siringomielia não comunicante com tumores intradurais extra-medulares em séries cirúrgicas, é extremamente rara.
Caso clínico Descreve-se o caso de uma mulher de 68 anos, com paraparesia progressiva, assimétrica, de predomínio proximal, sem afecções esfíncterianas, com 4 meses de evolução, na qual a exploração clínica delimitava uma banda de hipoestesia térmica D7-D8.O estudo com ressonância magnética (RM), após a administração de gadolinio, demonstrou a coexistência de uma lesão expansiva intradural extra-medular, que pelas suas características sugeria um meningioma, e de uma siringomielia dorsal. A cavidade afectava os dois segmentos medulares situados acima do tumor e não havia anomalias associadas na união bulbo-medular. Após dissecção completa do tumor, cujo diagnóstico histológico foi meningioma transicional com abundantes corpos de psamoma, a doente recuperou a marcha autónoma. Conclusões. A RM com contraste é o melhor meio de diagnóstico disponível para a detecção e delimitação dos dois componentes desta rara associação, embora a sua capacidade para detectar sinais que sugiram turbulências no líquido intra-cavitário, especialmente em cavidades pequenas, necessite de contraste. A variabilidade de tamanho e de situação da cavidade no que diz respeito à posição do tumor, a falta de controlos evolutivos com RM nos casos publicados, não permitem identificar o mecanismo patogénico responsável por esta associação, nem propor o tipo de derivação predominante para prevenir uma eventual ampliação da cavidade siringomiélica.
Palabras claveCoexistênciaExtra-medularSiringomielia não comunicante
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