Objectivo. Dados clínicos e experimentais mostraram o papel de mecanismos imunitários na patogénese da epilepsia na criança. O objectivo deste trabalho é estudar os aspectos imunológicos da epilepsia mioclónica grave da infância (EMGI). Doentes e métodos. Seleccionaram-se 12 casos de acordo com os seguintes critérios: sem antecedentes pessoais de doença, história familiar de epilepsia frequente, início no primeiro ano de vida com crises habitualmente febris, aparecimento de crises não febris entre os 18 meses e 4 anos, EEG e desenvolvimento psicomotor normais no início e crises refractárias aos fármacos antiepilépticos. Realizou-se a seguinte avaliação imunológica: actividade fagocitária dos granulócitos, das sub-populações linfocitárias, das imunoglobulinas séricas e subclasses da IgG, capacidade hemolítica do complemento e teste de transformação linfocitária.
Resultados Em cinco crianças o estudo imunológico foi normal; em cinco casos havia diminuição da IgA, associada em dois casos a um aumento da IgG1 e em dois a um aumento da IgG1 e diminuição da IgG2; um caso apresentava aumento da IgM associado a ausência de capacidade hemolítica do complemento (CH50); quatro casos mostravam resposta diminuída a diferentes mitogénios, associada em três casos a anomalias nas imunoglobulinas. Conclusões. O valor destes achados é duvidoso. É possível que na EMGI intervenham factores genéticos e factores ambientais e que em determinadas circunstâncias as alterações imunológicas encontradas facilitem reacções de tipo hiperérgico.
Palabras claveAnomalias imunológicasCrises mioclónicasEpilepsia mioclónica grave da infânciaEpilepsia polimórficaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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