Introdução. A alternativa terapêutica com melhores resultados na epilepsia parcial com crises refractárias ao tratamento farmacológico é a cirurgia. Esta é precedida de uma avaliação exaustiva com o objectivo de identificar a área do cérebro responsável pela origem das crises, ou zona epileptogénica (ZE), e demonstrar que a intervenção cirúrgica não causará deteriorações neurológicas ou cognitivas incapacitantes para o doente. Objectivo. O presente estudo analisa o valor diagnóstico do modelo de dipolos electroencefalográficos na delimitação da ZE em doentes com epilepsia parcial refractária, candidatos ao tratamento cirúrgico. Doentes e métodos. Em 43 doentes realizaram-se registos de EEG em repouso e com olhos fechados durante 15 minutos. O sinal foi analisado por um equipamento de EEG digital e realizaram-se mapas de actividade cerebral eléctrica baseados na amplitude mínima da média das pontas epilépticas. O dipolo eléctrico equivalente à actividade epileptiforme intercrítica obteve-se pelo programa de análise de fontes electroencefalográficas BESA. A localização da ZE pelo dipolo foi comparada com os resultados EEG, RM, SPECT e vídeo-EEG crítico com eléctrodos intra-craneanos.
Resultados Os resultados deste estudo mostram que o modelo do dipolo utilizado possui uma elevada sensibilidade para localizar a ZE, e nos casos em que o dipolo e a RM coincidem, a sua sensibilidade é similar ao vídeo-EEG crítico. Conclusão. O modelo do dipolo utilizado neste estudo é de grande ajuda para a indicação cirúrgica dos doentes com epilepsia refractária a fármacos.
Palabras claveEpilepsia do lobo temporalEpilepsia refractária a fármacosLocalização de focos epilépticosCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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